domingo, 13 de março de 2011

Móbiles - Um movimento delicado

Olá, meus queridos leitores, hoje vou falar desse objeto da foto: o móbile. Os móbiles podem ser bem lúdicos e usados para decorar quartos infantis. Como na foto abaixo:
Nesse caso, ele já é muito usado, os bebês costumam ficar fascinados com a cores e os movimentos dessas peças. Mas o móbile é coisa de adulto também. Bem usado, é um objeto que pode deixar a decoração de uma casa com ar de aconchego.
Alguns móbiles internos possui sino ou pedras que fazem um barulho suave e delicado. O móbile, na minha opinião, combina e muito com decorações mais rústicas, o que significa que não possa ser utilizado em uma decoração mais moderna e clássica. Tudo depende do objeto e da forma com ele será colocado. Boa sorte!



As informações que colocarei a seguir são da enciclopédia  Itaú Cultural, explicam bem a história do móbile, achei bem interessante! Boa leitura!

A origem latina do termo móbile remete à ideia de "móbil", "movimento". Nas artes visuais, a noção é empregada para nomear esculturas, em geral abstratas, compostas de materiais leves, suspensos no espaço por meio de fios. As peças, movimentadas pelo ar, se caracterizam pelo equilíbrio, leveza e harmonia. Em 1932, Marcel Duchamp (1887 - 1968) usa a palavra móbiles para fazer referência a algumas esculturas do norte-americano Alexander Calder (1898 - 1976). Os trabalhos são formados por placas planas de metal, algumas pintadas, equilibradas em fios de arame fino que as mantinham suspensas. Os móbiles movem-se ao sabor da aragem mais suave, produzindo efeitos mutáveis em função da luz.  Formado em engenharia mecânica - o que explica o seu interesse precoce pela pesquisa dos materiais e pelas máquinas -, Calder, em seus primeiros trabalhos como pintor, se destaca pela habilidade em passar a ideia de movimento usando uma única linha. Em seguida, começa a construir esculturas de arame, a primeira delas um relógio solar com a forma de galo, datada de 1925. Dois anos depois, atua como projetista de brinquedos móveis para a Gould Manufacturing Company. Nos anos 1930, já conhecido por seus retratos e, sobretudo, por suas esculturas de arame, passa a integrar o grupo Abstraction-Création, no qual lança-se no abstracionismo.
As pesquisas abstratas de Calder se beneficiam da abstração geométrica de Piet Mondrian (1872 - 1944), cujo ateliê ele visita em 1930. A ambição de Calder é levar a construção abstrata para o espaço, o que o leva a definir seus trabalhos como "Mondrian móveis", embora a influência de Joán Miró sobre seus móbiles seja evidente. A nova plasticidade na pintura, sistematizada por Mondrian e Theo van Doesburg (1883 - 1931) - a recusa do espaço pictórico tridimensional, da linha curva, da modelagem, das texturas e da ideia de arte como representação -, tem impacto decisivo nas construções de Calder, na predileção de suas peças pelas cores primárias e, sobretudo, pela ênfase na relação entre os elementos da composição. Se Calder, como Mondrian, também anseia por uma arte que siga as leis matemáticas, para ele esta não poderia ser estática, mas dotada de movimento, como o próprio universo. O dadaísmo de Duchamp e Francis Picabia (1879 - 1953), que a partir de 1920 constroem obras mecânicas, destituídas de qualquer sentido de utilidade, é considerada uma das matrizes dos móbiles de Calder, assim como as preocupações com a introdução do movimento na arte anunciadas, por exemplo, no Manifesto Realista de Antoine Pevsner (1886 - 1962) e Naum Gabo (1890 - 1977) e em de László Moholy-Nagy (1895 - 1946).
Os móbiles de Calder antecipam a arte cinética, como categoria artística toma o movimento como princípio de estruturação. O cinetismo rompe com a condição estática da pintura, apresentando a obra como um objeto móvel, que não apenas traduz ou representa o movimento, mas que está em movimento. Nas peças móveis de Calder, por exemplo, o movimento independe da posição e do olhar do observador. A este cabe contemplar o movimento inscrito nas obras, "desenhos quadridimensionais", como ele os define. Até os anos 1970, Calder cria grande quantidade de móbiles - alguns motorizados, outros não - de várias dimensões. Algumas de suas peças ocupam espaços públicos, como o Vermelho, Negro e Azul (1967), no aeroporto de Dallas, Estados Unidos. Com base no seu emprego nos anos de 1930, o uso do termo móbile se generaliza denominando outras obras de mesmo tipo. Experimentos com móbiles são realizados por diversos artistas do século XX, entre eles o escultor inglês Lynn Chadwick (1914). A partir da segunda metade do século, os móbiles popularizam-se como objetos de decoração de interiores, perdendo a conotação originalmente dada por Calder.
O Brasil conhece de perto a obra de Calder, em 1949, por meio de uma individual do artista realizada no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) -, mostra que, ao lado de outras do mesmo período, tem impacto decisivo no desenvolvimento das tendências abstracionistas entre nós. No entanto, parece difícil localizar artistas mais diretamente ligados à criação de móbiles no país o que não impede de relacionar alguns nomes que trabalham o movimento na arte. O movimento ótico dos relevos de Sérgio de Camargo (1930 - 1990), as transformações dos bichos manipuláveis de Lygia Clark (1920 - 1988) e a "fragilidade e energia" das droguinhas de Mira Schendel (1919 - 1988) fazem uso da "linguagem do movimento" tal como utilizada na arte contemporânea, diferenciando-se assim da arte cinética tradicional.

Atualizado em 08/11/2010

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